“Sede Santos porque Eu sou Santo”! (1Pd 1,16)
Santidade. Um tema muito discutido e teorizado, porém, um tanto quanto esquecido de ser posto em prática. O que é a santidade? O que é ser santo? Onde vivem os santos? Esses e outros questionamentos inculcam nossa cabeça quando falamos sobre santidade. No entanto, quero te falar de como ser um homem santo, sendo que, a santidade é para todos.
Quando falamos desse assunto a primeira coisa que nos vem à cabeça, são os grandes santos que a Igreja teve. Lembramos logo da austeridade do Padre Pio. Do holocausto de amor que Santa Teresinha fez de sua vida... Enfim, tantos outros exemplos que temos a citar. Mas, pergunto-te, consegues notar, em nosso século, alguém que tenha tais atitudes? Vês alguém anunciando abertamente a Cristo como fizeram os Apóstolo e mártires da Santa Igreja? Então dizes-me: “Não. E por isso creio que a santidade recebeu atualizações. Ou melhor, modernizou-se. Repondo-te: “idiota és tu por crerdes nisso.”
A santidade não é nada mais que dar plenitude à nossa vida humana. Elevar as virtudes recebidas no Batismo a perfeição requerida por nosso Pai. “Portanto, sede santos, assim como vosso Pai Celeste é santo.” (Mt 5, 48). Mortificar as paixões e não deixar as desordens tomarem conta de nossas atitudes. Amar, servir e glorificar a Deus. Eis alguns dos primeiros passos para quem quer ser verdadeiramente santo. Veja que, Santos não são somente aqueles agraciados com a virtude de nunca terem cometido um pecado se quer em suas vidas. Temos que reconhecer que somos infames e pecadores, manchados com a marca do pecado original e, com isso, elevar a nossa natureza humana a tal perfeição que não nos preocupemos mais com “aperfeiçoamentos” terrenos, mas sim, e isso exige uma humanidade bem formada, busquemos os aperfeiçoamentos espirituais, a união intima da alma com Deus. O que muitos santos chamaram de casamento espiritual.
Ser santo não é um mérito para si nem para os outros homens, é tão e unicamente para Deus. Homem verdadeiramente santo é aquele que não busca realizar coisas para si, mas exclama como São Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim. A minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim." (Gl 2,20). O Concílio Vaticano II também teve grande relevância no que se trata a santidade, e fez tal afirmação: “os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Constituição Dogmática Lúmen Gentium (21 de novembro de 1964), 40.
Todos devemos ser santos! É uma obrigação que, quando compreendida, torna-se ato livre de amor. Não somos santos para os outros. Não queremos ver nossos rostos estampados em telões como sinal de piedade. Isso não é piedade, é em uma boa compreensão, vaidade. Para o homem santo, quanto mais escondidos do mundo e perto de Deus ele estiver, mas feliz estará. Pedes- me por que digo homem santo. Respondo-te: “A santidade nunca será alcançada enquanto os homens não souberem ser homens. Virilidade e rijeza são duas virtudes que qualquer homem deve ter. Se tal homem busca ser santo, essas duas virtudes devem ser ainda maiores para, quando a falta de ânimo ao orar e a vontade de abandonar tudo baterem a porta, o homem santo saiba reagir com coragem e magnanimidade aos muros do inimigo. Sim! o diabo irá tentar o homem santo para que falhe já nos primeiros passos. O inferno treme quando um homem decide seguir a Cristo. Então, imagine o poder de um santo ante os portões do inferno. Suas virtudes derrubam os cárceres do inimigo e repudiam o pai da mentira.
No entanto, ainda me perguntas: “qual a marca do santo?” Digo- te que a autenticidade que traz um santo não é a sua própria, mas é a do próprio Cristo. Um homem que se entrega a Deus não vive para si. A glória que possui não atribuí aos seus méritos, mas como São Paulo, o santo gloriasse nas suas fraquezas: “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gl 5,14). Essa glória da Cruz é um ato livre. Somente assim é manifestado o amor. A Cruz é um ato de amor. Deus nos amou a ponto de mandar o seu filho. O Santo dos santos! Jesus, Deus verdadeiro.
Nossa vida na terra será sempre uma batalha contra o pecado, afinal ser santo não é ser somente piedoso, mas é praticar o “mandatum novo” de Cristo. Piedade e caridade, a rima perfeita do aperfeiçoamento dos filhos de Deus.
Irmãos, o exemplo de santidade que temos é o próprio Cristo. É a Ele que devemos olhar quando quisermos ter um modelo em quem se espelhar. É ao puríssimo homem e santíssimo Deus que devemos ter por meta em nossa santidade. Lembremo-nos que a verdadeira devoção e o pleno amor a Deus, só o teremos no céu. Nossa passagem na terra será sempre uma batalha. Não fujamos de sentir tentações, mas saibamos não consentir as maledicências do demônio. Por fim, desejo-vos que o vosso guia seja sempre a Trindade Santa, pois só a graça é capaz de operar a transformação em nossas vidas e nós meros instrumentos, saibamos cooperar com ela.
Seminarista Eduardo Augusto Patatt Fucilini- Membro de Aliança da Comunidade Católica Legati Christi
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