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O Valor do Testemunho


"O exemplo já foi nos deixado. Basta agora, segui-lo"


“Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco.” (2Cor 1,12). O testemunho causa grande influência no meio social. Estamos inseridos no mundo das aparências. Somos julgados pelo que trazemos por fora e não pelo que está intrinsecamente ligado à nós. Por vezes, somos injustiçados, e é ai que temos de testemunhar o porque viemos a este mundo.

São João Maria Vianney foi o exemplo de conversão da pequena cidade de Ars. O santo configurou sua vontade com a de Cristo . Suas penitencias, jejuns e fervor na oração eram evidentes aquele povo. Entretanto, não mostrava a si mesmo, senão, Deus operava através dele a conversão daquele pequeno povo infiel. João Maria somente fazia a vontade de Deus. Passava horas e horas ajoelhado na pequena Igreja de São Sisto. Dizia ele que aquele que não tivesse seus joelhos calejados, não deveria reclamar das tentações, afinal, não empregava os meios para vence-la. O povo de Ars viu em seu pastor a imagem de Jesus. João Maria era um homem que tinha um santo desprezo por sua vida e aparência. Não buscava satisfazer seus prazeres, ao contrário, mortificava as paixões para ter o intimo contato com Jesus.

“Quando queríamos buscar o padre Vianney para a unção dos enfermos, sabíamos onde o encontrar: estaria na Igreja rezando”. Isto, mais tarde, disse o povo de Ars, reconhecendo nele, até mesmo em vida, um santo homem entregue a Providência e a vontade de Jesus. Quantas almas converteu somente com seu testemunho. Aos poucos, transmitia do púlpito, ao pensamento de seus paroquianos, o Evangelho e a entrega do Cordeiro que se imolou na Cruz. Quando era para falar de assuntos que iam contra a doutrina e os mandamentos, não media as palavras e muito menos levava em significância as consequências. Falava o que a Igreja ensina sem medo. Sabia claramente a dor que causava em Jesus ver um de seus filhos condenados ao inferno.

O testemunho que damos é algo que esta inato em nossas atitudes. Se temos atitudes cristãs, logo, teremos o testemunho cristão. Ser de Deus não significa ser um robô que segue instruções programadas na inteligência. O filho de Deus, por adoção, é aquele que doa-se por livremente. Assim como Jesus o fez. Não é uma entrega obrigatória, antes, é pela liberdade de sermos filhos de Deus que doamo-nos à Ele. Testemunhar a fé é aceitar o martírio das paixões. Todavia, é, em consequência, ganhar a vida, e vida em abundância. O homem que se torna apóstata é covarde. Sua fortaleza é um cortejo fúnebre que o leva até ao inferno. Entretanto, os que banham-se no rio de fortaleza que é Jesus, testemunham com a vida o amor que há na Trindade. Os mártires foram, e são, os que querem percorrer o caminho para a Jerusalém Celeste. Esses, sabem que a vida no mundo é tão curta e, por consequência, escolhem a eternidade.

A fortaleza é o caminho para quem quer buscar a perfeição da fé. Uma fé firme e fixada em Jesus, jamais há de balançar. Jesus é o “homem—fortaleza” por excelência, e, quem busca participar da fortaleza que teve Jesus alcança o cume da perfeição. "Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. Ele não abriu a boca" (Is 53,7). Rasgaram sua costas e nada disse. Bofetearam sua cara e ofereceu a outra. Crucificaram-no e Ele os perdoou. Esse foi Jesus, morreu para que nós tenhamos a vida. Ele bem poderia ter condenado todos aqueles infelizes e ter acabado com todo aquele sofrimento. Jesus, além de ser “verus Deus” é “verus Homo”. Entretanto, sofreu todas aquelas chicoteadas. Sua carne rasgada jorrava sangue e seu Ser gemia de dor. Porém, sua fortaleza e sua missão eram sublime. Tudo aguentou sem nada falar.

A perfeição cristã é ofertada a todos. Jesus não morreu na cruz por um grupo seleto. Mas, ofereceu-se em oblação por todos. Corresponder ao chamado de Deus nada mais é que nossa obrigação, mas, somos livres para tal ato. O fato é que não merecíamos. Aquele Homem que é de natureza Divina, a segunda Pessoa da Trindade, não merecia ter sofrido tudo o que sofreu. No entanto, Ele o quis. Por isso, nós em correspondência também devemos aceitar o sofrimento por amor. É uma divida que somos chamados a pagar e a conta só será debitada com o testemunho de vida que daremos. Não pense que todos serão mártires. Alguns serão queimados no fogo como o foi São Lourenço. Outros, serão serrados ao meio, como o foi São Simão. Porém, há aqueles, estes somos nós, que deverão buscar uma espécie de “martírio exterior”. Ou seja, resignar os pequenos prazeres do dia a dia para a correspondência da graça de Deus. Começar acordando no mesmo horário todos os dias é uma boa prática para isso. Jesus não nos pede grandes feitos. Mas, o que façamos deve ser oferecido à Ele por puro amor. Santificar o dia nada mais é do que oferecer obras de amor à Deus. São JoséMaria dizia, que, senão buscamos fazer o mínimo, jamais conseguiremos fazer o máximo. Há coisas tão pequenas que deixamos de fazer, tão simples, mas por preguiça preferimos buscar a comodidade. Jesus no entanto, pede para vencemos esta preguiça e buscarmos coisas grandes. Ele nos quer conduzir a busca, afinal, quando deixamos tudo sobre seus ombros, o peso se torna leve. Ele mesmo disse: "Porque meu jugo é suave e meu peso é leve" (Mt 11,30)

Ademais, buscar a configuração com Cristo é aceitar a sua vontade. Não nascemos para ser condenados, todavia, para ganharmos o prêmio eterno. Busquemos a fortaleza que transborda no lado aberto de Jesus como água da vida. Demos testemunhos de nossa fé. Sejamos valentes e amemos cada vez mais a única, santa e imaculada Igreja. Jesus nos quer junto a Ele, busquemos corresponder à este chamado que recebemos no nosso batismo. Por fim, a condenação ao inferno é algo que permeará nosso reto caminhar. Cuidemos com as tentações demoníacas. A ruína do diabo há de chegar, mas, antes ele poderá levar muitas almas ao abismo. Jesus não quer que sejamos uma dessas. Cabe-nos corresponder e aceitar as consequências de nossos atos.


Eduardo Augusto Patatt Fucilini- Membro de Aliança da Comunidade Católica Legati Christi

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