"A fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê."
(Hb 11:1)
Vivemos em um mundo de mudanças, as coisas evoluem ao estalar de dedos, novas tecnologias são lançadas a todo momento, porém, a algo que nos foi deixado que é imutável, a Sagrada Escritura. Dentre as inúmeras exortações que nela contém, quero atentar-me em uma especifica, que esta no livro de São Tiago, onde diz: “ a fé sem obras é morta” (Tg 2:26).
A fé é contrária a dúvida, ou seja, ter fé, para nós católicos, é crer em algo que esta acima de tudo, crer que há um Deus acima de nós que tudo vê e que tudo criou. Também implica crer que este mesmo Deus mandou seu filho unigênito a terra para nos dar a vida com a sua redenção. E o que seria esta “obra” da qual São Tiago nos fala? Em suma, é fazer a vontade de Deus concretamente, sendo esta direcionada ao bem de certa pessoa, ou seja, é por em ato a caridade, a compaixão, ajudar o irmão que esta passando necessidade, isto é a obra que São Tiago quer nos falar.
Mas porque ele diz que uma fé sem obras é morta? Nossa fé não se baseia só em acreditar, pois se assim fosse até os demônios acreditam, a fé é algo que mexe com a vida, transforma-a e faz com que a pessoa que crê comece a ver o seu próximo com os olhos de Cristo, "Jesus viu teve compaixão e cuidou deles” (Lc 10, 33-34). Uma pessoa crente em Jesus, em conformidade com a doutrina e os dogmas de sua Santa e Imaculada Igreja, que, por exemplo, não ajudasse o seu irmão que passa necessidades financeiras, vive de ilusão, afinal não se separa a fé das obras, as duas caminham juntas. Mas há o oposto disto, aqueles que vivem só de obras e deixam a fé e o zelo pela casa do Senhor de lado, para estes o que importa não é catequizar, mostrar Jesus a pessoa, “apenas lhe dão o peixe para que coma, mas não a ensinam a ir pescar”. Irmãos, as obras não nos dão a salvação eterna, porém elas são uma das provas que seremos salvos, por isto estamos aqui, cremos que Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, nos salvou e deu-nos de presente a vida eterna e por já a termos ganho, devemos manter este contrato de “posse”, fazemos isto não caindo em pecado mortal.
Vemos a potência desta ação nas obras de misericórdias corporais, não citarei todas, mas dentre elas toma-se o sentido de amar o seu semelhante, ao passo que, nenhuma é para si mas para outrem. Sua definição teórica é muito simples, porém, torna-se difícil posta em pratica. Estamos tão apegado no nosso ego que esquecemos nosso semelhante, é como se o outro que passa necessidade fosse menos dignos que nós, e isto esta, em sua totalidade, tomado de uma maneira errônea. Na carta as Gálatas fica evidenciado o que acabo de declarar: "Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3, 28). Somos todos um em Cristo, este nos congrega e quer que permaneçamos um Nele. Somos um em Cristo pois foi Ele quem se ofertou por nós, foi Ele a única e perfeita oferenda, afinal, era o próprio Filho de Deus que se ofertava em sacrifício na cruz a Deus, e este sacrifício é feito em todas as Missas, não como um novo sacrifício e nova vitima, mas como a perpetuação sacrificial e a mesma vitima.
É evidente para todos o número de pessoas que passam necessidades corporais, porém, os que possuem esta fome espiritual se igualam em número. Nós enquanto católicos temos a obrigação, dentro de nossas possibilidade, de ajudarmos materialmente nossos irmãos independendo de religião, mas, além de ajudarmos e darmos a eles o alimento do corpo e da alma, devemos ter a mesma atitude de Jesus na Sua aparição no lago: "Perguntou-lhes Jesus: “Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer?”. – “Não”, responderam-lhe." "Disse-lhes Ele: “Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis”. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes." (Jo 21, 5-6) Jesus não pescou para os seus discípulos, mas de certo modo, Ele os ensinou a pescar, mostrou que os amava, teve compaixão pela fome deles, por isto, se queremos ser verdadeiros seguidores de Jesus, que tenhamos este exemplo para nossa vida, saibamos reconhecer-nos a imagem e semelhança de Jesus, praticando boas obras e rezando por nossos semelhantes.
Eduardo Augusto Patatt Fucilini- Membro de Aliança da Comunidade Católica Legati Christi
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